Programa explora potenciais de Pernambuco, primeiro lugar na produção de tilápia do Nordeste e segundo no ranking de caprinos e ovinos
A Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação de Pernambuco, em parceria com o SEBRAE-PE inicia as capacitações, no próximo dia 8, do Valorizando a Pele 2, na expectativa de aperfeiçoar e escoar a venda de produtos derivados do couro da ovinocultura, da caprinocultura e tilápia. O Estado é o segundo do Nordeste na produção de caprinos e ovinos e o primeiro no ranking de tilápia. O rebanho de caprinos estadual é de 2,59 milhões de cabeças (22,98%), já o de ovinos tem 2,7 milhões (13,71%). O mercado de peixes – que é mais diversificado e complexo – também tem uma posição de destaque. No Brasil, a tilápia é a espécie mais cultivada e o Estado pernambucano ocupa o primeiro lugar no ranking nordestino, com a produção de 20,5 mil toneladas ao ano.
É neste contexto que o Valorizando a Pele visa profissionalizar a confecção e comercialização de produtos derivados de couro de caprinos, ovinos e tilápia. Os municípios beneficiados pelo programa são Floresta, Petrolândia e Tacaratu e os empreendimentos já estão selecionados. O objetivo é gerar emprego e renda no Sertão de Itaparica, de modo que a região sertaneja se consolide em explorar os derivados da pele dos animais. No Nordeste, a evolução de caprinos e ovinos cresceu 19,97% e 21,20%, respectivamente, entre 2015 e 2019. A tilápia, por sua vez, respondeu por 81% das exportações da piscicultura em toneladas em 2019, segundo dados da Embrapa. E a ideia do programa é que todo o produto seja aproveitado, inclusive o couro.
De acordo com o secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação, Alberes Lopes, os artesãos beneficiados começam a receber consultoria para processo produtivo e de gestão, capacitação para modelagem de novas peças, planejamento e finanças. “O Sertão de Itaparica apresenta menos oportunidade de trabalho formal, mas tem um grande potencial de beneficiamento de pele. A média salarial dos trabalhadores de campo nos pólos da tilápia, na região nordestina, ainda gira em torno de um salário mínimo. Quem trabalha com os derivados e abraça o empreendedorismo, poderá ter uma renda melhor. Este é o momento de aperfeiçoar o escoamento das vendas”, declara Alberes, entusiasta dos derivados da tilápia.
Para o gerente da unidade do SEBRAE de Atendimento do Sertão Central, Moxotó Pajeú e Itaparica, Henrique Malaquias, a segunda etapa do Valorizando a Pele fará o redesenho de alguns produtos feitos de couro e aperfeiçoamento da modelagem. Ele explica que cada município terá seu plano de comunicação e, para cada perfil de peça, haverá um plano de comunicação. “Eles começarão a ganhar mercado porque vão participar de várias feiras e os artesãos levarão as peças que produziram anteriormente, junto às peças que estarão saindo dessa primeira capacitação”, observa. Henrique acrescenta que empreendedores poderão ganhar mercado e estar diretamente focados na venda do seu produto. “O primeiro viés era de aprendizagem, sobre como fazer. Agora, eles vão aprender a ter sazonalidade, produção e canais de escoamento de vendas, o que é mais importante. A partir disso, a gente vai gerar a identidade visual deles, para que esse produto tenha a característica do Valorizando a Pele e do município que está produzindo”.
Segundo a gerente de Projetos e Processos da Micro e Pequena Empresa, Irenilda Magalhães, Floresta e seu entorno foram escolhidos por já terem desenvolvido, com grande êxito, a primeira fase do projeto, além da característica na produção da matéria prima, o couro. Pelo fato de a região ter carência de ocupação e ser caracterizada pelo trabalho familiar de subsistência, esse projeto vem contribuir para o aumento da geração de renda. “O projeto foca na melhoria e no aperfeiçoamento da manufatura de produtos a partir da pele de caprino e ovino com o objetivo de comercializar a produção de calçados, acessórios e vestuário ao cliente final”, frisa Irenilda.